domingo, 26 de dezembro de 2010

Matéria da Gazeta do Povo sobre zona de raízes


Tratando o esgoto pela raiz


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Em meio a uma verdadeira “floresta” nos fundos da casa, Salete e Alessandra
mostram as plantas que tratam o esgoto da chácara (Foto: Aniele Nascimento/AGP)
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Por: João Rodrigo Maroni
Coletar e tratar o esgoto de áreas rurais ou de pequenos municípios mais afastados dos grandes centros é hoje um dos maiores entraves à universalização do saneamento básico no Brasil. Só no Paraná, segundo o IBGE, mais da metade das cidades (57,9%) não possui rede de coleta de efluentes. No entanto, existem técnicas simples, relativamente baratas e ecologicamente corretas que ajudam a minimizar o impacto ambiental e reduzir o risco de doenças provocadas pelos dejetos lançados in natura nos rios.
As estações de tratamento de esgoto (ETEs) por zona de raízes são um exemplo disso. Neste caso, plantas fazem a filtragem do efluente antes de lançá-lo na natureza. Em Colombo, na região metropolitana de Curitiba, a Chácara Harmonia adotou há um ano e meio esse sistema. Na frente da propriedade – que é toda autossustentável – não passa rede coletora. O esgoto, anteriormente jogado em um poço morto, agora vai para uma pequena ETE. “Qualquer um que tenha um terreno pequenininho pode fazer. E você não precisa construir a casa assim, pode adaptar o sistema que já existe”, explica Alessandra Seccon Grando, que mora na chácara com a mãe, Salete Seccon.
Fossas
No sistema adotado na residência, o efluente passa por duas fossas fechadas, que decantam a parte sólida e possibilitam sua decomposição. Em seguida, o esgoto vai para um tanque impermeabilizado que contém – de baixo para cima – camadas de pedra brita e areia. Em cima dessas camadas são inseridas macrófitas (plantas de áreas alagadas), que trabalham em simbiose com bactérias aeróbicas. Estas, por sua vez, decompõem as partículas orgânicas junto às raízes. Para isso, utilizam o oxigênio captado do ar pelas próprias plantas. Depois de tratada, a água que sobra cai no terreno e infiltra. “Dá para fazer um laguinho com peixes aqui”, planeja Salete.
“Basicamente, as fezes se transformam em plantas e em um lindo jardim, com bananáceas, juncos, papirus e aguapés”, resume o técnico em meio ambiente Thomás Moutinho, que construiu a ETE da chácara. Adepto da permacultura – ciência que valoriza práticas sustentáveis, inclusive em construções –, ele explica que a obra levou apenas dois dias para ser concluída e custou cerca de R$ 500. A ETE tem capacidade para tratar o esgoto produzido por 4 pessoas/dia. Em um sistema maior (para 12 casas), construído no interior de São Paulo, o custo foi de R$ 1 mil por casa, segundo Moutinho.
De acordo com a bióloga Tamara Van Kaick, professora adjunta do departamento de Química e Biologia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), a eficiência das ETEs por zona de raízes depende da combinação de fatores como o tipo de planta, a granulometria (tamanho) da brita e da areia e do tipo e volume de esgoto, entre outros. Ainda assim, na média, os resultados são muito bons. “Algumas avaliações identificam uma excelente redução em todos os parâmetros. Alguns, como coliformes fecais, chegam a ter redução de 99%”, destaca.
Além de não ter problemas com o mau cheiro e incrementar o jardim, a ETE praticamente não dá manutenção. “O que a gente tem de fazer, às vezes, é tirar o excesso de raízes”, explica Alessandra. Salete, por sua vez, toma alguns cuidados prévios. “Água sanitária não pode, então usamos somente sabão. Eu me preocupo em não colocar nada que vá matar as plantas”, justifica.
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COMO FUNCIONA:

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A ETE por zona de raízes tem um sistema simples, mas eficiente.
* O efluente que sai da residência vai para uma fossa séptica comum, impermeabilizada. Ali, o esgoto bruto decanta por ação da gravidade. As partículas mais pesadas vão para o fundo; as leves sobem. Neste estágio, ocorre a decomposição anaeróbica (sem oxigênio) do material orgânico.
* Ainda nesta etapa, pode-se acrescentar opcionalmente um tanque com carvão para absorver produtos químicos como sabões e água sanitária, que agem como biocidas, matando as bactérias nas raízes das plantas e comprometendo a eficiência do sistema.
* Na sequência, o efluente entra pela parte mais baixa de um tanque construído normalmente em ferro e cimento e impermeabilizado. No fundo desse tanque, acrescentam-se camadas de pedra britada – mais grossa no fundo e mais fina em cima. Quanto menor o espaço entre as camadas, mais eficiente será o tratamento. Depois, coloca-se areia, onde as plantas macrófitas são inseridas.
* A região onde as raízes avançam torna-se uma área aeróbica. As plantas têm capacidade de injetar o oxigênio em suas raízes, onde vivem microrganismos – zona conhecida como biofilme –, que decompõem as partículas orgânicas, liberando-as para as plantas.
* Finalmente, pode-se construir um pequeno lago para oxigenação do efluente que sai pela parte superior do tanque. Este lago pode ser habitado por sapos e até por pequenos peixes.
Fonte: Thomás Moutinho
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Preocupação socioambiental

Além de oferecer apoio a cerca de 600 jovens em situação de risco, o Patronato Santo Antonio, em São José dos Pinhais, também virou um exemplo de responsabilidade ecológica. Como não há rede coletora de esgoto na região, a entidade investiu em uma ETE por zona de raízes. O sistema, que inclui uma cisterna de cimento de três metros de diâmetro para a decantação prévia do esgoto bruto e um canteiro de plantas de mais ou menos 80 m2 para filtragem do efluente oriundo da cisterna, foi inaugurado em maio deste ano e tem capacidade para servir a aproximadamente 700 pessoas.
“Tivemos como motivação para essa obra a preocupação com o meio ambiente, algo que o patronato sempre teve, e não simplesmente ficar esperando que isso seja imposto pela legislação. É o correto a ser feito”, justifica Euclides Nora, assessor do patronato. “E a gente sabe que essa água que sai não está poluindo nada mais para a frente, o que é muito positivo”, acrescenta Luiza Deon, administradora da entidade. O patronato ocupa uma vasta área, localizada dentro da bacia do Rio Miringuava.
Antes de adotar o sistema, tanto a água da chuva quanto o esgoto iam para fossas comuns, situadas junto às edificações. Agora, a água pluvial é direcionada diretamente para cavas que ficam no terreno ao fundo do patronato. Já o esgoto, vai para a ETE e, só depois de tratado, é que é lançado nas cavas. “Fizeram um exame na água e deu teor de pureza de 90%”, orgulha-se Euclides. “A nossa intenção agora é fazer uma cisterna para captação de água da chuva”, revela Luiza, que notou a diminuição do número de pernilongos depois da implantação da ETE. Além disso, a única manutenção que precisam fazer é esgotar, de cinco em cinco anos, a cisterna de cimento.
Orientação
A bióloga Tamara Van Kaick explica que, apesar de simples, as estações de tratamento por zona de raízes devem ser construídas sob supervisão. “A orientação técnica é fundamental, porque qualquer alteração no projeto pode trazer problemas e o transbordo do esgoto bruto causa mau cheiro”, argumenta. Segundo Kaick, infelizmente no Brasil ainda há poucos profissionais capacitados na área. Além disso, é preciso definir também algumas padronizações e estudos sobre os materiais e as técnicas empregados na construção das ETEs. Mesmo assim, as vantagens do sistema são grandes. “Ele assimila os nutrientes (fósforo e nitrogênio), que se lançados em excesso nos corpos hídricos tiram oxigênio da água, um dos maiores problemas que os sistemas convencionais não conseguem reduzir”, esclarece. Já Thomás Moutinho, aponta a descentralização do tratamento de efluentes como outra vantagem. “Os sistemas convencionais (centralizados) recolhem quantidades imensas de materiais orgânicos e os carregam a quilômetros para tratá-los. Há um alto custo de construção e de manutenção, além de um elevado gasto energético”, conclui.
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domingo, 19 de dezembro de 2010

Conscurso: Uma Escola para Guiné-Bissau

O Instituto de Arquitetos do Brasil - Departamento do Distrito Federal (IAB/DF), anunciou o resultado dos premiados e menções do Concurso Público Nacional de Arquitetura - Uma Escola para Guiné-Bissau. Além dos vencedores, há dois projetos bem interessantes que receberam menção honrosa. O projeto da arquiteta Liege Maria Abbehusen Couto de Salvador-BA e o projeto de André Yamaguishi Ciampi -SP, ambos projetos transcenderam as formas retangulares e quadradas e propuseram construções mais próxima da realidade arquitetônica local e da história cultural africana.
Sugestão do concurso: Shuirs.

Link:




Escola Verde em Bali

Sim é possível!!!
A Escola Verde, fundada por Jonh Hardy, demonstra o quanto é sadia arquitetura ecológica natural. Localiza em Bali, na Oceania, a escola foi  bioconstruída em bambu e várias tecnologias ecológicas.
Indicação: Thiago Zanetti.



Mais um link:



domingo, 1 de agosto de 2010

Endereços eletrônicos de Empresas e Instituições.



Projethos está disponibilizando nas barras laterais do blog vários endereços eletrônicos de empresas e instituições, que em geral atuam com enfoque ecológico em suas respectivas áreas.
Da Bioarquitetura nacional até a internacional,  além de instituições de pesquisa, como as universidades, e associações de profissionais mundo afora.

Vale a pena consultar!

Se você tem mais sugestões de links, por favor, envie no email:

quarta-feira, 21 de julho de 2010

ETE em Marília-SP

Estação de Tratamento de Efluente implantada em Julho de 2010 nas proximidades de Marília-SP.



A estação tem capacidade aproximada de tratamento para 35.000 litros diários de efluente doméstico, sendo o sistema constituído por uma(01) fossa e uma (01)caixa de gordura a cada duas casas (12 casas), rede coletora principal que leva o efluente até a ETE, um(01) biodigestor anaeróbico com capacidade para 3m³ e a ETE por filtro plantado com macrófitas construída em ferrocimento com volume total de 60m³.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

ETE em Marília-SP



Projethos  elaborou em parceria com o arquiteto espanhol Xavier Espinós, uma ETE (estação de tratamento de efluentes) por FPM (filtro plantado com macrófitas) com capacidade para 60m³ para moradores de uma fazenda no interior do estado de São Paulo.


O projeto completo conta com a reestruturação e reconstrução do sistema hidráulico de 12 casas (aproximadamente 60 moradores) incluídas nos projeto, assim como a construção da rede coletora até o local da ETE.

Imagens ilustrativas do projeto:


segunda-feira, 1 de março de 2010

ETE em Bocaiúva do Sul



Projethos executou em Bocaiúva do Sul-PR três ETE (estação de tratamento de efluentes) com a finalidade de tratar efluentes oriundos de uma cozinha industrial e de uma residência uni familiar contendo águas cinza e negras. Umas das ETE, com capacidade aproximada para 5.000 litros de tratamento (5m³), que será utilizada para tratar as águas oriundas dos vasos sanitários foi bioconstruída com a técnica de solocimento, neste caso específico, utilizamos dois (02) sacos de cimento em todo processo construtivo. Além deste filtro plantado com macrófitas (zona de raízes) o sistema ainda contou com duas estações iniciais de decomposição anaeróbica.
Para o tratamento das águas oriundas da conzinha industrial e da água gerada na casa, utilizamos nos dois casos, além da usual caixa de gordura, canos perfurados e enterrados para distribuir a água em excesso e promover o tratamento dos resíduos alimentares e afins junto às plantas macrófitas locadas no espaço.



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